
O Sporting estabeleceu várias medidas no âmbito da prevenção e terapêutica contra o vírus da gripe A (H1N1), para a eventualidade de se manifestar algum caso da doença, revelou o médico do clube lisboeta, Gomes Pereira. "Temos a considerar três níveis de abordagem: os atletas que regressaram de outros continentes, a vida diária na Academia e as viagens", começou por esclarecer Gomes Pereira, escalonando as medidas tomadas em relação a cada um desses níveis. Em relação ao primeiro, foram seguidas as recomendações do Ministério da Saúde, com base nas quais se um indivíduo acabado de regressar de outro continente não apresentar qualquer manifestação da doença "não se obriga a realização de um rastreio laboratorial". Nestas circunstâncias, o que se impõe, explicou Gomes Pereira, são medidas de vigilância "nos primeiros cinco a sete dias após o regresso" e se houver alguma manifestação da doença, como febre, dor de garganta, mialgias, espirros, tosse, torna-se obrigatório investigar, mas no caso de os jogadores do Sporting "nenhum deles apresentou qualquer tipo de sintoma". No que diz respeito às medidas a tomar no âmbito da vivência diária da Academia, Gomes Pereira revelou que os jogadores têm instruções "para não partilhar garrafas de água entre si", pois cada um tem a sua própria, e que existem "dispensadores de solução anti-séptica de base alcoólica para uma frequente lavagem de mãos" em locais considerados estratégicos. Questionado sobre a utilização de máscaras cirúrgicas, o médico do Sporting alegou não estar provado que o mesmo ofereça uma protecção eficaz numa época de gripe ou de pandemia. "As máscaras devem ser usadas quando surgem manifestações de gripe por forma a diminuir o contágio com as pessoas que os rodeiam e com os técnicos de saúde", referiu Gomes Pereira, ao mesmo tempo que aludiu a várias medidas divulgadas na Academia através do e-mail interno e de folhetos para evitar o contacto com pessoas que apresentem sintomas da doença. Entre aquelas, "cobrir o nariz e a boca quando se espirra ou tosse, usar de lenços de papel uma única vez, limpar as superfícies com soluções anti-sépticas" são importantes, visto que o vírus é "transmitido através da saliva e pode permanecer uma hora ou duas nessas superfícies". Como as nossas mãos estão sempre em contacto com vários locais, como maçanetas de portas e mesas, Gomes Pereira salienta a importância de "limpar essas superfícies e lavar frequentemente as mãos", medidas profilácticas que considera "suficientes" quando não existem sintomas de gripe. Finalmente, quanto às viagens, o médico dos leões alertou para o risco que constituem "os aeroportos e os locais de grande aglomeração de pessoas", que "devem ser evitados". A transmissão pelo ar do vírus H1N1 apenas é possível com pessoas que se encontram a um ou dois metros de distância, razão pela qual se deve evitar essa proximidade, mas o Sporting, realçou Gomes Pereira, dispõe de "arsenal terapêutico na bagagem para acudir numa fase em que seja necessário tratar". Segundo ele, há dois tipos de medicamentos anti-virais, entre eles o Tamiflú, mas se surgir algum caso suspeito no plantel do Sporting terá de "ser reportado e seguir as vias normais para diagnóstico e tratamento", o que terá como consequência o "afastamento desse jogador do grupo".